Manifestações de trabalhadores/as da saúde e do ensino federal abrem Jornada de Lutas da CUT-MG
Servidores/as da saúde distribuem sopão e fazem bazar para protestar contra corte de ponto; técnico-administrativos fecham a Reitoria da UFMG
Manifestações coordenadas pelo Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) e pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes) abriram nesta segunda-feira (30), em Belo Horizonte, a Jornada de Lutas e de Debates da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG). Os técnico-administrativos em educação da base, que estão em greve desde o dia 11 de junho, fecharam na madrugada a Reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Servidores e servidoras da saúde do Estado protestaram e denunciaram o rompimento de um acordo assinado com a Fundação Hospitalar (Fhemig) que pôs fim à greve de 28 dias da categoria. Pelo compromisso, as horas não trabalhadas seriam compensadas em escala negociada entre os trabalhadores e trabalhadoras e o governo do Estado. No entanto, a Fhemig cortou os dias paralisados.
Os servidores e servidoras da saúde paralisaram as atividades e fizeram manifestação que começou com concentração na porta do Hospital João XXIII seguida de passeata e culminou com a distribuição de sopão e a realização de um bazar, com as peças sendo vendidas a R$ 1,99 em frente à sede da Fhemig, na Região Hospitalar de Belo Horizonte. Os servidores e servidoras exigem a reposição imediata dos salários.
“A manifestação de vocês abre nossa Jornada de Lutas, assim como o protesto que acontece na UFMG. Não é surpresa para mim o que aconteceu. Corte de ponto, perseguições, judicialização e criminalização dos movimentos dos trabalhadores, descumprimento de acordos assinados têm sido práticas comuns neste governo. Foi assim com os educadores e está sendo com os trabalhadores e trabalhadoras da saúde”, afirmou Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT-MG e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG.
“A CUT não vai se limitar a denunciar e combater este governo apenas em nível nacional. Vamos internacionalizar a nossa luta, levando as denúncias para órgãos como a OIT, que possam trazer a vergonha de volta para o nosso Estado. Um governo que não cumpre compromissos assinados não merecem continuar governando Minas Gerais. Parabenizo a todos e todas pela combatividade, pela disposição para luta e pela criatividade do sopão e do bazar”, concluiu a presidenta da CUT-MG
“O governo do Estado não cumpre o que assina. Se a saúde pública está sucateada a culpa é deste governo. Tem trabalhadores e trabalhadoras que não receberam salário. O bazar e o sopão são para denunciar a penúria em que o governo deixou os servidores e servidoras, que precisam ter dois ou mais contratos de trabalho para sobreviver e por isso não têm tempo para dedicar as suas famílias”, disse Reginaldo Tomaz de Jesus, secretário de Administração e Finanças da CUT-MG e da direção do Sind-Saúde/MG.
Atualizado em 31 de março de 2023