Ato de Repúdio contra Ézio Faro denuncia sucateamento na EMGETIS e corte de metade da remuneração dos servidores
No dia 20 de fevereiro, terça-feira, trabalhadores de Tecnologia da Informação da EMGETIS (Empresa de Tecnologia da Informação de Sergipe) “recepcionaram” os membros do Conselho Deliberativo da empresa com um Ato de Repúdio ao presidente Ézio Faro, que já está há sete anos a frente da EMGETIS e têm tomado decisões administrativas que prejudicam os servidores públicos. Por exemplo, no fim de fevereiro os servidores da EMGETIS vão receber quase metade da remuneração devido ao corte do adicional de prorrogação de jornada, que corresponde à metade do salário base. Segundo os dirigentes sindicais Jairo de Jesus e Juarez Conrado (SINDTIC/SE – Trabalhadores de Tecnologia da Informação), desde o início do seu mandato Ézio Faro tenta acabar com esse adicional para os trabalhadores.
ASSESP DESPEJADA – Outro acontecimento recente que motivou o protesto na terça-feira foi a ordem de despejo da ASSESP, que há 20 anos funciona no prédio da empresa e a partir do dia 25 de fevereiro vai precisar encontrar outra sede.
A presidente da associação, Kleysse Guimarães Pinheiro, também é representante dos trabalhadores no Conselho Deliberativo da EMGETIS, ela explicou que bem antes do despejo da ASSESP, o presidente da EMGETIS cancelou o contrato com a lanchonete que funcionava na associação e assim acabou com uma importante fonte de arrecadação de recursos da ASSESP. “Entendemos que a ação de despejo foi uma atitude de retaliação, pois o presidente da EMGETIS queria contratar dois assessores em cargo comissionado e nós nos posicionamos de forma contrária na sessão que votou a proposta no Conselho Deliberativo. A proposta de Ézio foi reprovada e no dia seguinte ele ingressou com ação de despejo da Associação”, explicou a servidora.
EMBATE COM SERVIDORES – As lideranças sindicais explicam que os funcionários da COHIDRO, entre outros órgãos e empresas públicas conseguiram negociar com o governo e revogar o corte do adicional de prorrogação de jornada para que os trabalhadores não fossem prejudicados com uma perda na remuneração tão grande, mas na EMGETIS isso não aconteceu. “Nós temos clareza que o presidente da EMGETIS não quer melhorar a vida de nenhum empregado da empresa. Então obviamente ele não faria essa disputa, a não ser em desfavor dos trabalhadores, pois sempre quis acabar com o adicional. Assim que ele assumiu, acabou com a creche para filhos dos servidores que funcionava na ASSEP (Associação dos Empregados da EMGETIS); transformou o campo de futebol dos trabalhadores num estacionamento e agora está despejando a associação. O que podemos esperar de um gestor desses que tem os servidores públicos como inimigos?”, avaliou Jairo de Jesus, que além de presidente do SINDTIC/SE é secretário de Organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE).
Vice-presidente do SINDTIC/SE, Juarez Conrado é funcionário da EMGETIS há mais de 20 anos, ele criticou o sucateamento da EMGETIS durante a gestão do presidente Ézio Faro. Em sua opinião, o boicote à própria EMGETIS é tão grave quanto o ataque aos servidores. “O principal problema foi que ele impediu o crescimento tecnológico da empresa. São 7 anos de estagnação. Tudo evoluiu em termos de tecnologia neste período, só a EMGETIS retrocedeu. O presidente não se organizou para o crescimento da empresa, só para retirar os direitos dos trabalhadores. É uma pessoa que não entende nada de tecnologia. A empresa de informática do estado têm máquinas antigas, defasadas e que não passam por nenhuma manutenção. Lá já tivemos que consertar computadores e os próprios servidores arcaram com o custo. Os trabalhadores não passam por nenhuma capacitação e o último concurso foi na década de 90. Está tudo sendo completamente sucateado”.
Atualizado em 31 de março de 2023