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Entidades apoiam Quilombolas acampados no INCRA na luta pela Regularização das Terras

Texto de Iracema Corso quilombolas

 

 

 

 

 

Na luta pela regularização definitiva de suas terras, os Quilombos sergipanos de Caraíbas, Brejão dos Negros, Resina, Serra da Guia e Lagoa de Campinhos ocuparam a sede do Incra em Sergipe, na manhã da segunda-feira, dia 13/04. Desde então a Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) e várias organizações sociais tem se somado em apoio à luta quilombola para ajudar na manutenção da ocupação do prédio público até que todos os problemas sejam encaminhados ou resolvidos.

 

Não é recente a luta destas comunidades pela regularização das terras e por melhores condições de sobrevivência nos quilombos. Promessas e acordos firmados no ano passado com a direção nacional do INCRA não foram cumpridos. O Quilombo Brejão dos Negros, que já enfrentou muitas lutas pela posse da terra, agora aguarda a publicação nacional desta regularização pelo INCRA. Enquanto este trâmite burocrático não se conclui, os quilombolas do Brejão vêm acompanhando a chegada do grupo empresarial Bielorusse a Brejo Grande com o objetivo de construir Resorts na terra quilombola. A ameaça serviu como estopim para as comunidades quilombolas, que não vão aceitar perder suas terras depois de tantos anos de luta.

 

Membros do Ministério Público Federal a superintendência do Incra em Sergipe e nacionalmente tem realizado várias reuniões presenciais e até áudio-conferências, mas a solução do problema ainda não está definida. Durante a ocupação, os quilombolas têm participado de debates e oficinas improvisadas no prédio do Incra.

 

Na manhã desta terça-feira, o presidente da CUT/SE, Rubens Marques fez uma analise de conjuntura no auditório do INCRA e respondeu questionamentos dos quilombolas sobre o PL4330 e a Reforma Política. “São assuntos que interessam a todos os trabalhadores do campo e da cidade. Mesmo quem já trabalhou bastante e agora está aposentado já se preocupa com o PL 4330 porque é o fim do futuro de seus filhos. Ele sabe que o trabalhador será mais explorado sem estabilidade, com jornadas mais longas e remuneração menor, além de representar o fim das profissões”.

 

Para falar sobre a terceirização, o presidente da CUT/SE lembrou da figura do atravessador que lucra com a venda da produção agrícola. “O atravessador fica com a maior parte do dinheiro com a venda da produção. Na terceirização os trabalhadores vendem seus serviços a preços menores”, explicou Rubens Marques.

 

O professor Rubens Marques explicou que a Câmara Federal traiu o voto de todos os trabalhadores para favorecer os empresários com a recente aprovação do PL 4330. “Este sistema político já mostra que não é capaz de eleger representantes que atuem em favor da maioria da população brasileira. Eles legislam em causa própria. Precisamos de Reforma Política urgente, feita pela população. Não podemos continuar sendo representados por quem defende o interesse dos empresários à custa da exploração dos trabalhadores”.  

 

 

 

 

 

Atualizado em 31 de março de 2023

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