Greve: Trabalhadores de gigante da tecnologia cruzam os braços por falta de salário
Empresa em questão presta serviços para companhias como Natura, IBM, Banco Santander, além de órgãos públicos e estatais, como TRT, Ministério da Justiça e Caixa Econômica Federal
Trabalhadores e trabalhadoras do Grupo Qintess, empresa com mais de 2.600 empregados em São Paulo que presta serviços de tecnologia para companhias como Natura, IBM, Banco Santander, Citibank, entre outras, entrarão em greve a partir da próxima segunda-feira (10).
A paralisação total dos trabalhos foi aprovada em assembleia virtual do Sindicato dos Trabalhadores em TI do estado de São Paulo (Sindpd) no dia 31 de março. Desde esta data, a empresa tenta reverter a decisão dos trabalhadores. Na última semana, a Qintess apresentou uma proposta de negociação que foi rejeitada pela categoria e, na última sexta-feira (7), a Justiça paulista negou pedido liminar da empresa para declarar a greve ilegal.
Entre os principais motivos para a decretação da greve estão atrasos no pagamento de salários, férias, vale-refeição/alimentação, vale-transporte, reembolso por quilômetro rodado, banco de horas e depósitos do FGTS, além de denúncias de assédio moral contra os trabalhadores. A Qintess ainda é acusada de descontar IRPF e INSS dos funcionários sem repassá-los ao governo.
Integrante da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o Grupo Qintess é comandado pelo CEO global Nana Baffour, que nas redes sociais enaltece o compliance da empresa e a agenda social da empresa, como a adesão ao Pacto Global dos Princípios de Empoderamento das Mulheres, promovido pela ONU Mulher, e os compromissos com a sustentabilidade ambiental.
Além das empresas já citadas, a Qintess presta serviços para estatais e órgãos públicos, entre eles Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Ministério da Justiça, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
O início da greve será marcado com um ato a ser realizado pelos trabalhadores e trabalhadoras nesta segunda-feira (10) a partir das 9h, em frente ao Fórum Ruy Barbosa na capital paulista.
Outro lado
Em nota, o Grupo Qintess informou que “está ciente da importância dos direitos de seus colaboradores e de sua livre manifestação. Por este motivo, respeitará a decisão particular destes, ao mesmo tempo em que segue empenhada em construir uma solução”.
A empresa adicionou ainda no comunicado que “continua negociando um acordo que atenda aos interesses de todos os envolvidos sob os princípios da boa-fé, de forma tranquila e transparente” e que “está mobilizada para garantir a continuidade dos serviços de seus clientes e seus negócios, focada no objetivo de alcançar uma resolução responsável e serena para todas as partes”.
Atualizado em 9 de abril de 2023